Educação Positiva: Bom ou Ruim? 5 ideias que podem te fazer considerar melhor esse caminho

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Cada pai e cada mãe sabe bem os desafios que enfrenta todos os dias. Na busca por soluções para a educação dos filhos, muitos acentuam as broncas, brigas e a rigidez, enquanto outros se voltam para novas abordagens, que prometem não apenas eficácia, mas também vantagens no longo prazo e uma conexão mais profunda e positiva com as crianças.

A Educação Positiva é uma dessas metodologias emergentes que, apesar da desconfiança de pais que ainda preferem educação por controle e obediência, tem ganhando bastante atenção. Sua promessa é de formar indivíduos com mais propensão ao diálogo, com melhor organização do pensamento crítico, resilientes e emocionalmente equilibrados no longo prazo. Apesar disso, ela ainda gera muitas dúvidas e objeções.

Longe de ser uma abordagem permissiva ou desprovida de disciplina, a Educação Positiva foca na prática de estabelecer limites e acordos de forma respeitosa e individualizada. Ela incentiva os pais a se conectarem de maneira positiva com seus filhos, promovendo a autoestima e a cooperação, ao invés de instaurar o medo e a submissão.

Para esclarecer essas dúvidas e proporcionar um entendimento mais equilibrado, é essencial discutir e desmistificar as objeções mais comuns que surgem em torno desta metodologia.

5 Objeções à Educação Positiva e ideias que podem te fazer considerar melhor esse caminho
1. "Educação positiva é permissiva demais"

O que os pais pensam que é: Muitos pais acreditam que a educação positiva significa deixar as crianças fazerem o que quiserem, sem qualquer tipo de consequência ou disciplina.

O que é na verdade: A educação positiva não é sobre permissividade; ela enfatiza a importância de estabelecer limites claros e consistentes, mas de uma forma que haja um tratamento de respeito e compreensão, encorajando a cooperação em vez de uma ação enérgica e autoritária (como a educação tradicional prevê).

O que a neurociência diz: A neurociência apoia a educação positiva ao demonstrar que quando as crianças são tratadas com respeito e compreensão, seus cérebros estão mais abertos ao aprendizado. A abordagem positiva reduz o estresse e promove um ambiente mais propício ao desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais.

2. "Falta de disciplina rígida prejudica o desenvolvimento da criança"

O que os pais pensam que é: Existe a crença de que sem uma disciplina firme e autoritária, as crianças não aprenderão a se comportar ou respeitar regras e autoridades.

O que é na verdade: A educação positiva propõe que disciplina e respeito são melhor ensinados através de exemplos positivos e reforço de boas ações, que ajudam a criança a internalizar valores ao invés de seguir regras por medo.

O que a neurociência diz: A neurociência revela que um ambiente educacional que promove segurança emocional (característica da educação positiva) permite que o cérebro da criança se desenvolva de maneira ideal, fortalecendo as áreas relacionadas ao controle emocional, à tomada de decisão e à resolução de problemas.

3. "Essa abordagem não prepara as crianças para o mundo real"

O que os pais pensam que é: Alguns pais acreditam que o mundo é duro e que crianças educadas com métodos gentis estarão menos preparadas para enfrentar adversidades.

O que é na verdade: A educação positiva fortalece a resiliência emocional das crianças, ensinando-as a lidar com frustrações e desafios de maneira saudável e produtiva, preparando-as efetivamente para as complexidades da vida adulta.

O que a neurociência diz: A educação positiva, ao encorajar a exploração e o questionamento, está alinhada com descobertas neurocientíficas que afirmam que tais abordagens estimulam o desenvolvimento de áreas cerebrais envolvidas na inovação e adaptabilidade.

4. "É muito trabalhoso implementar a educação positiva"

O que os pais pensam que é: Muitos veem a transição para a educação positiva como um processo árduo e trabalhoso, especialmente se estão acostumados a métodos mais autoritários.

O que é na verdade: Embora possa exigir um esforço inicial para mudar de abordagens mais tradicionais, os benefícios a longo prazo — como uma comunicação mais efetiva e relações mais fortes — compensam o investimento inicial.

O que a neurociência diz: Embora mais desafiadora inicialmente, a educação positiva promove a neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar. Isto prepara as crianças para serem mais flexíveis e resilientes diante de desafios futuros.

5. "Meu filho não responde a métodos gentis"

O que os pais pensam que é: Alguns pais sentem que seus filhos apenas respondem a métodos disciplinares diretos e firmes.

O que é na verdade: Embora a adaptação possa ser um desafio, a consistência e paciência com a educação positiva geralmente levam a uma mudança positiva, com as crianças se sentindo mais ouvidas e respeitadas, favorecendo uma adaptação mais suave e uma preferência por interações mais gentis.

O que a neurociência diz: A questão não é o “método ser gentil”, mas o quanto você está disposto a promover um desenvolvimento cerebral mais saudável, incentivando respostas emocionais e cognitivas mais adaptativas e maduras. Porque o método tradicional, com sua forma autoritária de agir, acaba criando diversas questões disfuncionais, que às vezes não são percebidas como tais, como: autoestima baixa, perfeccionismo, busca de aceitação social, ansiedade, depressão, falta de habilidades de resolução de conflitos, dificuldades de comunicação, medo de cometer erros e uma baixa capacidade de pensamento crítico e criativo.

Ao compreender melhor essas objeções e o que realmente envolve a educação positiva, você pode tomar decisões mais informadas sobre o que realmente querem fazer. Ao se deparar com esses desafios comuns, é importante lembrar que o objetivo não é apenas ensinar disciplina, mas cultivar indivíduos que sejam capazes de pensar de forma crítica, agir com empatia e viver com integridade. E, isso, penso que todos nós queremos, independente da abordagem adotada. Fez sentido pra você isso? Converse com a gente!

Nos vemos em breve.